Da menta ao camaleão

Então, pessoal... Após mais de sete anos de Ubuntu, Debian e Linux Mint, achei que chegou a hora de respirar novos ares. O melhor do Linux é isso: a liberdade de escolha, e agora no dia 23 escolhi testar o openSUSE 13.2. Eu quis ver se me daria bem com uma distribuição distinta, com diferentes tipos de repositório de software e que usa pacotes .rpm, e até agora tudo corre perfeitamente. Claro, tive algumas dificuldades normais de quem sempre esteve acostumado com .deb, assim como a usar PPAs e afins, mas vejo que estou me adaptando bem.
Algumas coisas a considerar:

1) Não consegui conectar à Internet de cara, pois por algum motivo o Wicked não reconheceu o dispositivo de wifi da minha máquina; mas foi mudar para o Network Manager no YaST e o problema foi resolvido.

2) Interfaces: o instalador do openSUSE fornece por padrão KDE ou GNOME Shell, e o usuário escolhe na hora o que quer. Escolhi GNOME Shell por já tê-lo usado antes no Debian. Cheguei a considerar a instalação sem interface, para depois instalar o Cinnamon, tal como no Linux Mint, mas como eu não sabia se o processo daria certo (e eu também estava com uma certa pressa), escolhi aquilo que estava mais ao meu alcance.

3) Tive que instalar minha multifuncional HP através do HP Setup - não que não fosse possível sem ele, mas como uso a multifuncional também via wifi, a configuração foi mais precisa dessa forma.

4) Oracle JAVA: essa foi a parte mais difícil. Tive que baixar, descomprimir e criar o link simbólico para o Firefox manualmente - só para constar: existe um PPA que automatiza tudo isso tanto no Ubuntu quanto no Linux Mint e, com algum esforço, no Debian. Tudo porque eu queria acessar minha conta no site do Banrisul e não sabia se ele funcionaria bem com OpenJDK. Depois vi que passei trabalho à toa, pois constatei que o Banrisul Home Banking funciona perfeitamente com OpenJDK 8 - basta que se instale as bibliotecas da leitora de cartão com chip (todas tem "pcsc" no nome) primeiro e reinicie a máquina antes de entrar no site pela primeira vez. Isso me custou umas três instalações do openSUSE - por burrada minha mesmo - mas felizmente não preciso mais me preocupar com o Oracle JAVA tão cedo...

5) Pidgin + Facebook: enquanto eu estava no Linux Mint, usava um pacote chamado "purple-facebook", também vindo de um PPA, para poder acessar o chat no Pidgin, já que o Facebook não dá mais suporte ao protocolo XMPP. Esse pacote não funcionou no openSUSE por alguma razão - talvez porque fiz errado - mas acabei descobrindo outra ferramenta bem interessante para tal: o [url=http://messengerfordesktop.com/]Messenger for Desktop[/url], disponível para Windows, Mac e Linux (.deb). Precisei converter o pacote .deb para .rpm via Alien, mas a instalação transcorreu normalmente e o programa está em pleno funcionamento.

6) Salvo algumas exceções, os programas em geral, quando instalados via YaST ou zypper da forma mais simples (ou seja: sudo zypper install [i]nomedopacote[/i]), ficam todos em inglês. Para deixá-los em português precisei instalar alguns pacotes extras, cujos nomes geralmente terminam com [i]-lang[/i]. O próprio GNOME Shell ficou com algumas partes em inglês e resolvi a questão instalando o pacote [i]gnome-shell-lang[/i] e reiniciando a sessão. Assim foram com Audacity (audacity-lang), VLC (vlc-Nox-lang ou algo assim), Banshee (banshee-core-lang), dentre outros. Um pequeno trabalho extra, mas funcionou.

7) Nem todos os programas que estou acostumado a instalar no Ubuntu, no Linux Mint e no Debian via apt-get estão disponíveis nos repositórios do openSUSE. Nesses casos precisei procurar no Firefox como instalá-los, assim: "opensuse musescore", "opensuse avidemux" etc.. A sorte foi que a maioria deles podia ser instalado via "1-Click Install" (aliás, um recurso bem semelhante ao usado pelo Ubuntu, quando o usuário clica num certo botão no navegador e ele leva à Software Center), então o processo foi tranquilo. Apenas em casos bem especiais (KDEnLive e Bleachbit nas versões mais recentes e o serviço de nuvem do MEGA) precisei baixar e instalar os pacotes .rpm.

No geral, venho achando o openSUSE uma excelente distribuição. A instalação e configuração não são tão intuitivas quanto a do Linux Mint e a do Ubuntu (até porque, ao meu ver, o sistema parece voltado a usuários mais avançados - nada comparado ao Arch, ao Gentoo e ao Slackware, no entanto), mas pensando por outro lado, tenho aprendido bastante com isso. É nas dificuldades que estou deixando a instalação do openSUSE exatamente com a minha cara.
Os pen drives com as ISOs do Linux Mint e do Ubuntu e o CD-R com a ISO do Debian continuam aqui, pois caso algum outro membro da família queira migrar para Linux, ou se um dia eu precisar voltar a usar pacotes .deb, não ficarei na mão.

Comentários

  • editado agosto 2015
    Acho o OpenSUSE uma das melhores distros de todas, principalmente para usuários amantes do KDE, pois sua integração é uma das melhores (pra mim, é a segunda melhor distro KDE, ficando atrás apenas do Mint). O Yast é uma ferramenta gráfica poderosíssima e dispensa completamente o uso do terminal e os pacotes (ou scripts, creio eu) "1-click install" facilitam muito também.

    Espero que tenha bons momentos com o OpenSUSE!
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